[artigo publicado originalmente na Best Swimming]
23 de julho de 1980, há 36 anos o Brasil ganhava o bronze no revezamento 4×200 metros nado livre nos Jogos Olímpicos de Moscou. Era a primeira medalha da história da natação brasileira em revezamentos e a única conquistada até hoje no 4×200.
Para celebrar a data, Djan Madruga, um dos integrantes do revezamento produziu um belo vídeo que merece ser compartilhado e celebrado.
O revezamento 4×200 livre aconteceu no quarto dia da natação daqueles Jogos. Até então, o Brasil não havia ganho nenhuma medalha na competição. A equipe chegou a Moscou com o 16o tempo do mundo e já nas eliminatórias teve uma baixada expressiva entrando com o terceiro tempo para a final.
A Seleção Americana dominava o 4×200 livre com cinco medalhas de ouro consecutivas nos Jogos Olímpicos. Campeões e recordistas mundiais dois anos antes no Mundial de Berlim, o time americano ficou de fora dos Jogos pelo boicote determinado pelo Presidente Jimmy Carter.
O Brasil havia sido vice campeão panamericano da prova no ano anterior em San Juan, Porto Rico. O time era o mesmo, só mudou a ordem para a Olimpíada. No Pan, Cyro Delgado, Djan Madruga, Jorge Fernandes e Marcus Mattioli. Mudando no ano seguinte em Moscou para Jorge Fernandes na frente, Marcus Mattioli, Cyro Delgado e Djan Madruga.
A melhora de tempo foi muito expressiva. No Pan, a equipe nadou para 7:38.92 terminando as eliminatórias com o terceiro tempo de 7:32.81. O Brasil nadou na segunda série chegando atrás apenas da equipe russa que marcou 7:29.39. Na primeira série, apenas a Alemanha Oriental bateu o Brasil 7:32.67.
Na final, o Brasil manteve o mesmo time e a mesma ordem. Os russos venceram com facilidade 7:23.50, e tiveram o reforço de Vladimir Selnikov que havia sido poupado pela manhã. A Alemanha Oriental ficou em segundo com 7:28.60, e o Brasil chegou em terceiro lugar com 7:29.30, uma melhora de mais de três segundos em relação a eliminatória. No total, foram sete segundos de melhora do recorde sul-americano no mesmo dia.
Brasil em terceiro oito décimos a frente da Suécia que chegou em quarto com 7:30.10. Detalhe que no Mundial de 78 a marca do Brasil também teria sido bronze.
Um dado expressivo referente aos quatro nadadores responsáveis pelo feito de 36 anos atrás é que os quatro seguem ativo e ligados ao esporte. Marcus Mattioli, Djan Madruga e Cyro Delgado seguiram envolvidos com a natação masters. Mattioli se tornou um dos mais destacados nadadores masters do mundo e Djan Madruga também acumulou recordes mundiais em sua categoria. Cyro Delgado é Sub-Secretário de Esporte e Lazer da Cidade do Rio de Janeiro e hoje se dedica ao tiro com arco. Jorge Fernandes se afastou da natação, mas é um dos mais qualificados árbitros de polo aquático do país e faz parte do quadro de árbitros da UANA.
As vésperas da Olimpíada no Brasil, o feito de 36 anos atrás merece um destaque especial na história da natação brasileira. Parabéns aos quatro que tanto brilharam pelo Brasil lá fora.